Sabe aquele dia que começa com apresentação de trabalho na faculdade, parte pra uma aula sem estímulo, ônibus, vuco-vuco do centro da cidade, oficina, caminhada, filmes, ônibus... Tá, vocês podiam dormir sem saber meu roteiro de hoje, mas voltando, sabe aquele dia que você termina cansada mas feliz? Novos conhecimentos, novas pessoas, risadas, novas músicas, um verdadeiro dia útil. Pronto, foi hoje (compartilhei, tô aliviada). Eu enrolei até agora pra falar sobre a oficina que assisti hoje com Patrick (@patricktor4), diretamente do belém do Paráa-áa-áa (Joelma gritando). O tema foi Tecnomelody: Das aparelhagens aos batidões, organizado pelo Coquetel Molotov (@noarcm). Pra situar melhor vocês, todas as frases em itálico foram retiradas diretamente da fonte (Patrick). O restante do texto é meu jeito de explicar o que ele falou. =)
Primeiro, de onde veio o estilo brega? Esse ritmo tem suas bases principalmente no bolero, pelo fato de ter um swing e uma melodia envolvente. Certos jovens de Liverpool (sim, os Beatles) gamaram na baladinha "iê iê iê" de ser, no estilo meio "venha cá minha nega", afinal, era uma forma musical diferente das que eles conviviam lá na Inglaterra. Com a febre Beatles, muitas bandas brasileiras como The Fevers, Renato e Seus Blue Caps, a galerinha da Jovem Guarda começou a reproduzir esse estilo também. Como coisa boa não pára, artistas nordestinos como Paulo Diniz, e Reginaldo Rossi agregaram-se ao bregão, com letras românticas e porquê não, sofredoras de amor. Grazadeus, como o próprio Patrick falou, o Norte e o Nordeste valorizam bastante essa expressão cultural, sem medo nem vergonha alheia. Belém em especial, "é a cidade que mais liga o Brasil à America Latina". O que não ocorre por exemplo com uma banda pop, rock, indie, como for, em que muitas batidas das músicas são semelhantes ao brega/tecnobrega - Strokes é uma - mas que seguidores dessas vibes dizem que não é estilo brega, mas sim "retrô, é over". Assumir um lado brega é feio, é ridículo, é deprimente? Tem coisa pior que o ser humano é capaz de fazer, eu garanto!
A partir daí o pessoal da oficina, junto com Patrick, começou a discutir o porquê da música brega ter essa própria denominação. Por que é feita por gente pobre? Por que é de baixo custo? Por que não tem qualidade? Todos questionamentos que depende muito do preconceito de cada um, "preconceito musical é mais declarado, mais explícito", diferente de um racial ou social, que é tudo "dentro do armário". As músicas bregas de hoje não se comparam com um Fernando Mendes ou um Augusto César, por exemplo. O que se percebe (mesmo os amantes de brega como eu) é que perdeu-se um pouco da qualidade musical, no sentido de não ter letras mais elaboradas, arranjos musicais complexos, danças menos sensuais... Como falei e repito: depende do gosto musical de cada um. Quem gosta de brega na vera, pode ouvi-lo no celular ou num som potente, ser tocado por um cara que nunca teve aula de música ou por outro que acabou de sair do conservatório (me apresenta!) que vai achar a melhor música do mundo. Maaaas, se realmente compararmos com os bregas de antigamente, "xerox por cima de xerox vai ficando cinza", vai perdendo a complexidade. É como acontece hoje com bandas como Restart, que (tá, parei!). Com qualidade ou não, eu sei que hoje eu ouvi altas pérolas bregais, muitos DJ's bons, pessoas que, parodiando Alcione, "não deixam o brega morrer, não deixam o brega acabar". Resumindo, a oficina foi tudo isso e muito mais. Adorei! =)
E pra complementar meu dia, fui assistir no Apolo "Do morro?", documentário sobre João do Morro (@joaodomorro); "Brega s/a", sobre o tecnobrega no Pará; e "O Rei da Muganga", sobre Genival Lacerda. Todos bem simples mas muito bons!
Como nunca deixo de postar nem um videozinho sequer, deixo vocês com Pio Lobato, minha aprendizagem favorita de hoje. O cara é feeera na guitarra, arrasa.
E pra quem gosta de "Música quente que mexe com corpo e a Mente!", amanhã vai ter lá no Burburinho, à meia noite (aaah uuhhhh), o Baile Tropical. Quem gostou do Brega Naite, a curtição vai ser tão boa quanto. Quem nunca foi, aproveita pra já entrar no clima da bagaceira!
Beijãaao pessoas! Boa noite!
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