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13 de fev. de 2011

O que é que o interior de Pernambuco tem?

Ontem, pra sair um pouco da rotina, fui conhecer algumas cidadelas daqui, com minha avó e cia. A primeira parada foi Bom Jardim, no Santuário de N. Sra. de Lourdes, em Umari (acho que distrito de Bom Jardim). Esse santuário fica embaixo de duas grandes pedras e, como contou Fulana, foram achadas por seu avô. Pra vocês terem noção, eu sou bem baixinha, mas numa parte do santuário a pedra quase que bate na minha cabeça. O avô de Fulana percebeu que aquele local era bem reservado e resolveu usá-lo como um espaço para orações. Na sexta feira havia acabado a festa da padroeira, com nove dias de festas e missas. Nunca tinha ouvido falar nesse lugar, o que mostra como a gente conhece pouco o lugar em que vivemos. Ir pro exterior, massa; conhecer o que é de fato nosso, mais massa ainda. Esta foi a primeira descoberta interessante do dia.
De lá fomos para Surubim. No caminho, um guindaste com três carrinhos/motos penduradas anunciava a corrida de Motocross. Dali avistamos a feira e pense numa feira grande, com uma variedade imensa. Comprei blusa, vestido, doce de coco, calcinha safada (pra dar de presente), vi tira de sandália havaiana (meu pai havia falado essa semana que não existia, mas que antigamente tinha esse costume de mudar a tira), panela de alumínio, toalha de mesa... Feira de interior é assim, só não ganha pra de Caruaru. Fui convidada até pra vaquejada e carnaval de lá, que são bastante conhecidos. No mesmo lugar tem uma tal de Pedra do Navio, que lembra um navio de fato. Cada um que soltava uma piada: "Tá balançando", "Noé embarcou aqui", "Tem que descer de escada? Prefiro de tobogã". Pra falar a verdade, quase todo o trajeto é cheio de pedras no caminho e, segundo minha avó, são pedras do mar: "Na Bíblia num diz que antes da gente existir num era só céu e mar? Então...".
A fome foi chegando e a gente foi comer capão, na cidade João Alfredo. Eu nunca tinha ouvido falar nesse nome, quanto mais comer. Capão é o frango capado, sem os colodinos, sem os testículos, sem os ovos. Tiram os documentos do coitado pra ele focar no engordar, não no azarar as galinhas. Ainda segundo minha vó (sim, dá pra ela escrever um livro com crenças e histórias de Pernambuco), antes de matar o capão dão a ele cachaça, "que é pra carne ficar molinha". Com cachaça ou não, a carne dele é bem macia mesmo. E, falando em cachaça, depois da comilança fomos pro Museu da Cachaça, localizado em Lagoa do Carro. Lá estão catalogados até ontem 11057 cachaças diferentes. O lugar é simples, pequeno, com garrafas empoeiradas, bonecos representando o mundo caneiro, mas é bem interessante de conhecer, afinal, Pernambuco é pioneiro na fabricação da pinga, mé, aguardente, rama. De todas as descobertas do dia, essa foi a que gostei mais. Não, eu não sou cachaceira, nem sequer bebo cerveja (gostei dessa frase, vira música já já), mas já vi uma reportagem na Record se não me engano, mostrando o lugar, as curiosidades e tal. Aí sempre cai a ficha "poxa, sou daqui e nunca fui". Então, esse foi um dos mini-desejos realizados. =)
Voltando pra casa, paramos na Acerolândia, que fica em Paudalho (sim, lembrei na hora de Tayrone Cigano). Na primeira vez que fui, uns 13 nos atrás, tinha várias opções com coisas de acerola: bolo, bombom, rapadura... Ontem só tinha sorvete, picolé e polpa, uma pena. E assim foi, basicamente, meu sábado. Claro, não tem muito a ver com música brega, mas como sou uma pernambucana doida e alucinada pelo meu estado, não poderia deixar de informar a vocês o que meu Pernambuco tem (muito mais coisa que isso, pode crer).

Pegadinha né minha gente, eu postar nem uma musiquinha sequer aí seria meio estranho... Quando postei algumas fotos do museu no meu twitter (@Moondalua), minha amiga Cath cantou "eu bebo sim, estou vivendo, tem gente que não bebe e está morrendo". Tipo, essa música é um hino de desculpa esfarrada pros cachaceiros, que no mesmo momento deixa de ser tão esfarrada (sem apologias à bebedeira) por ser verdade, rsrs. Por isso, trago Eu bebo sim pra vocês.


*queria a versão brega, mas não achei... Serve a de Roberto Villar?

Aí pra compensar, trago também um forrozinho pérola de cana, Cabaré familiar


Bom domingo pra vocês! Beijo.

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